quinta-feira, 21 de maio de 2009

Road to nowhere

É por vezes desconfortante a vulnerabilidade que a solidão me sujeita. Despersonaliza as minhas acções e ofusca os meus objectivos. O carácter, outrora bem definido, dilui-se na desconfiança que o meu ego gradualmente reconhece.
A ausência de estabilidade emocional proporciona-me profundos exercícios de valor e com eles largas horas de dúvida e desconsolo – nada corre como deveria correr.
E o tempo passa…
Não sei. Não faço a mínima ideia do que quero...
Este vácuo de sustento emocional faz-me perseguir e inventar cumplicidades em personagens que nada se assemelham à original. E insisto. E chego a acreditar! E logo caio. Tirem-me daqui! – Suplico às vezes, não sei bem a quem, na expectativa de encontrar uma solução geográfica para um problema de carácter intangível.
Esta concepção labiríntica da paixão desnorteia o caminho que, em longínquos momentos de lucidez, escolheria para mim. E para ti.
Não sei para onde vou… Ninguém sabe…
Troquei-te, justamente, por outra dimensão, por outra inspiração, égide de investidas mais ousadas. Por um colosso imaginário, esculpido apenas com as tuas virtudes, que me serve de orientação, por vezes falsa, no meu calvário emocional.
Doce… Amargo… Doce… Amargo… Eterna dicotomia que me obriga a degustar todos os paladares da vida. Sorrir, chorar, aprender, avançar, retroceder, evoluir. Viver!
É este barómetro emocional, quando em valores altamente acrimoniosos, que regista níveis de criatividade estonteantes e precipita-me em textos desconexos que só para mim constituem coerência.
Estou bem. Vivo bem. Não obstante, fazes-me falta.

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